Pensão alimentícia: não é só sobre dinheiro, é também sobre reconhecer o trabalho invisível da mãe

A pensão alimentícia é um direito da criança. Mas, na prática, ela vai muito além de garantir comida, escola, remédio e moradia. Ela é também um reconhecimento mínimo pelo esforço diário da mãe que sustenta os filhos com o corpo, o tempo e o emocional, mesmo quando está esgotada.

Quando falamos em pensão alimentícia e trabalho invisível da mãe, estamos falando de uma realidade enfrentada por milhões de mulheres que carregam sozinhas a criação dos filhos. Em grande parte dos casos, é a mãe quem acorda de madrugada, resolve problemas na escola, leva ao médico, educa, cuida, organiza, trabalha e ainda tenta dar conta de tudo. Tudo isso, quase sempre, sem apoio prático ou emocional do pai da criança.

Esse esforço constante, silencioso e não remunerado é o que chamamos de trabalho invisível. Ele não aparece em holerite, não conta no INSS e não entra no cálculo do PIB, mas é o que sustenta a vida da criança no dia a dia. Quando o pai paga pensão, ele não está fazendo um favor. Está apenas assumindo, em parte, uma responsabilidade que também é dele.

É importante entender que a pensão não é uma ajuda. É o mínimo. E mesmo assim, muitas mães ainda precisam justificar, provar, implorar. Precisam ouvir que estão “querendo dinheiro” quando, na verdade, estão lutando por justiça e dignidade.

Pagar pensão é o básico. É o começo de uma divisão real de responsabilidades. E quando você exige esse direito, não está sendo exagerada, interesseira ou difícil. Está sendo justa. Está dizendo que não vai carregar tudo sozinha. Está defendendo o seu filho e a si mesma. Porque nenhuma mulher deveria arcar com a maternidade sozinha e todo esforço invisível também merece ser visto e valorizado.